O poeta anarquista
Noite da vida
Nesta noite da vida
Nesta madrugada sem fim
Sinto-me assim...
Meio dormido, meio perdido
Tendo por companhia a rádio
E por amante um livro
Nesta vida com fim
Nesta luta sem tino
Sinto-me assim...
Meio sózinho, meio vazio
Tendo por objectivo o nada
E por motivo o destino
Nesta vida cinzenta
Nesta noite calada
Sinto-me assim...
Meio apagado, meio sem chama
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Neste dia de Sta. Ana
Nesta jornada de aniversário
Neste tempo de alegria
Neste momento de comemoração
Escrevo ao amor
Canto ao nascimento
Consagro-me à vida
Entrego-me á meditação
Penso em ti
Reflicto em nós
Sonho com o futuro
Acredito na felicidade
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Atraso
Se te amo sofro
Se te deixo não vivo
Se te sigo choro
Se fujo não sinto
Se penso não ajo
Se não penso morro
Se não ajo choro
Se morro não sinto
Amo, mas cheguei tarde
Sinto, mas sofro
Choro, mas vivo
Penso...é o destino!
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Nesse dia...
Mais uma vez, segura de ti, partiste
Mais uma vez, dama de ferro, nada me disseste
Sem nada poder fazer, aguardo...
Sem nada poder dizer, desespero...
Um dia hás-de voltar
E nesse dia te direi o quanto te amo
E nesse dia voltarei a ver a luz
E nesse dia...
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Alma ferida
Fizeste de mim poeta
Para um dia em martir me transformar
Pois eu te digo que pistoleiro me irei tornar...
Como uma presa ferida irei lutar
Como uma raposa velha me irei comportar
E no fim veremos quem irá ganhar!
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Amiga
Minha amiga foste um dia
Minha amiga de verdade
A mim sacrificaste um dia
Na batalha do dia a dia
Assassinaste uma amizade
Desiludiste um amigo
Mas venceste uma batalha
Na guerra que é a vida
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Fingidora
A mulher é uma fingidora
Que finge tão normalmente
Que chega a fingir que é amor
O amor que deveras sente
A fingir que não lhe interessa
O que deveras quer
A fingir que não entende
O que o amigo sente
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Feiticeira
Enfeitiças-me com o que me dizes
Desiludes-me com o que fazes
Entristeces-me com tua luta cega...
Oh feiticeira de homens puros
Oh abusadora de poetas de tempos idos
Oh combatente dos tempos modernos...
Vencerás todas as batalhas
Deixando pelo caminho todos
Aqueles que um dia acreditaram
Não ser preciso sacrificar o amor
Para vencer...
"Dos fracos não reza a História"
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Momentos
No campo ou na praia
No capôt ou numa árvore
Na cama ou no chão
Em Portugal ou na Alemanha...
Cada dia aguardo a noite
Cada instante espero o momento
Com a mesma tesão doida
Com a mesma vontade louca...
E sinto o calor
Mergulho em ti
Experimento o sabor
Inspiro o perfume...
E vejo a lua
Navego nos mares
Flutuo nas nuvens
Alcanço as estrelas...
E por momentos sinto a eternidade...
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O tempo não perdoa
Com teus olhos verdes me feriste
Com monosílabos me torturaste
Com teu medo me liquidaste.
Dizem "O tempo não perdoa"
Efectivamente que não!
Partiste para a outra face do amor
A morte lenta, o desaparecer
No comboio da fatidica corrossão
A que tudo está ditado.
Porém, a beleza, essência, poesia...
Que nos acompanhou em nossa viagem é eterna
Afinal, não será a morte a perpetuação da vida?
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Sonhar
Partiste...deixaste-me só no meio da multidão
sem alegria, sem amor, curtindo a solidão da noite.
Gostava de acariciar teus cabelos,
beijar teus labios,
chupar teus mamilos,
lamber tua rata,
sentir o prazer de teus orgasmos...
Resta-me a beleza de tua bunda,
o cheiro da tua meia e
Sonhar...sonhar...sonhar...
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Fogo
Há um fogo em meu peito
Um ardor em meu coração...
Sinto uma alegria triste em minha alma...
Será angustia, será desilusão, será loucura?
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Conclusion of my solitary meditation
I dont know why but you are my objective (almost unique)
Perhaps I'm blind, may be I'm crazy...
Sorry my sincerity...
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